terça-feira, 9 de novembro de 2010

DOZE PRATOS













DOZE PRATOS


Um príncipe chinês orgulhava-se de sua coleção de porcelana, de rara , quão antiga procedência, constituída por doze pratos assinalados por grande beleza artística e decorativa. Certo dia, o seu zelador, em momento infeliz, deixou que se quebrasse uma das peças.
Tomando conhecimento do desastre e possuído pela fúria, o príncipe condenou à morte o delicado servidor, que por infelicidade quebrou. A notícia romou conta do império, e, à espera da execução do servidor, apresentou-se um sábio bastante idoso, que se comprometeu a devolver a ordem à coleção, se o servo fosse perdoado.
Emocionado, o príncipe reuniu sua corte e aceitou a oferenda do ancião. Este solicitou que fossem colocados todos os pratos restantes sobre uma toalha de linho bordado, com cuidado, os pedaços da preciosa porcelana fossem espalhados em volta do móvel.
atendido na sua solicitação, o sábio acercou-se da mesa e, num gesto inesperado, puxou a toalha com as porcelonas preciosas, atirando-as sobre o piso de mármore e arrebentando-as todas.
Ante o estupor que tomou conta do soberano e de sua corte, muito sereno, ele disse;
_ Aí estão, senhor, todos iguais conforme prometi. agora podeis mandar matar-me. Desde que essas porcelanas valham mais do que as vidas, e considerando-se que sou idoso e já vivi além do que deveria, sacrífico-me em benefício dos que irão morrer no futuro, quando cada uma dessas peças for quebrada. assim , com a minha existência, pretendo salvar doze vidas, já que elas, diante desse objetos anda valem.
Passado o choque, o príncipe, comovido, libertou o velho e o servo, compreendendo que nada há mais preciso do que a vida em si mesma.
Quantas vezes, deixamos o nervosismo do momento tomar lugar nas nossas vidas e duras palavras ferem a quem amamos!
Quantas coisas colocamos na frente do amor, do respeito, da compreensão que deveríamos ler?

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